quinta-feira, 7 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A escolha de uma professora de dança do ventre e onde fazer aulas em Salvador


     Algumas pessoas admiram e desejam aprender a dança árabe, popularmente conhecida como dança do ventre, mas demoram em tomar uma decisão em começar as suas aulas, porque possuem muitas dúvidas sobre diversos aspectos. Constantemente pessoas que moram em municípios próximos à Salvador, porém muito distante do meu Ateliê e não podem conciliar a frequência das aulas à sua rotina me pedem uma indicação de onde fazer aulas, com o objetivo de antecipar algumas informações, resolvi escrever um pouco respondendo duas dúvidas comuns na cabeça de quem quer começar a estudar, como escolher uma professora de dança do ventre e onde fazer aulas.
    Para começar a escolha de uma professora e de onde fazer as aulas, algumas observações são importantes, citarei sem enumerar pelo grau de importância, pois acredito que todas sejam relevantes, embora creia que com esse breve texto não consiga retirar todas as dúvidas, mas oferecer uma ajuda para a partir das necessidades e expectativas pessoais, cada pessoa possa fazer a sua escolha com mais consciência, apesar de realmente tornar-se difícil a seleção de um profissional que pratica uma atividade que seja pouco conhecida por quem irá contratar, portanto é bom analisar bem a escolha.

    Como escolher uma professora de dança do ventre ou dança árabe? 

    É importante saber sobre a (o) profissional que está sendo contratada (o) em alguns aspectos, um deles é não acreditar que por ser capaz de fazer uma linda apresentação alguém está apta (o) a dar aulas, porque alunos aplicados e talentosos, por exemplo, são capazes de fazer maravilhosas apresentações e não possuírem maturidade suficiente para dar aulas, diga-se dar aulas continuamente num curso livre, por exemplo, porque uma pessoa pode dar uma única aula pontual e se sair bem, mas não estar preparada para orientar em um curso contínuo. Isso porque para ministrar aulas é necessário entender de didática, metodologia de ensino, psicologia da educação, fazer plano de curso, ter domínio sobre os conhecimentos específicos do mesmo, incluindo no nosso caso os ritmos árabes e um pouco da cultura além de, é lógico, dominar os movimentos e saber como ensinar ao outro e é aí que mora o grande detalhe, saber dançar é uma coisa, mas ensinar é preciso mais um pouco de estudo, hoje em dia no Brasil existe um número muito grande de boas profissionais e os homens também a cada dia ganham mais espaço, comprometidos com o ensino desta dança com muita dedicação.
Muitas bailarinas árabes famosas viajam pelo mundo ministrando cursos sem terem feito nenhuma licenciatura, mas aí entra toda uma história de vida que gera maturidade e competência, porém nas aulas dessas profissionais percebemos a dificuldade dos alunos que estão em níveis iniciais de aprendizagem, já aqueles que têm conhecimentos intermediários podem tranquilamente acompanhar e obter rendimento.
    Também vale considerar a identificação do aluno com a (o) professora (professor), pois de nada adianta escolher uma ótima profissional que você não se identifique, portanto essa escolha tanto deve ser muito racional, pensando nas questões de formação e competência, mas também deve ser uma escolha pessoal, pois quando nos identificamos com alguém a comunicação fica mais fácil, portanto também sinta esse aspecto e não se deixe levar, faça conscientemente a sua escolha. 

    Onde fazer aulas?

    A escolha da escola é fundamental para se obter um bom curso, por exemplo, as escolas de dança estão preparadas para formar turmas para cada curso, é muito importante para a qualidade do trabalho a (o) professora (professor) ter turma regular, existem algumas academias que oferecem aulas de dança do ventre como mais uma opção de atividades, então as (os) alunas (os) podem sair da musculação e praticar essa dança como complemento de sua atividade corporal, essa é uma boa escolha para quem quer fazer uma aula sem muito compromisso com aprendizado mais profundo, pois é muito difícil para a (o) professora (professor) dar continuidade nos conteúdos quando todo o dia tem alunos diferentes em sua frente, esses lugares não oferecem cursos, fiquem bem atentos a isso, porque é bastante diferente ser aluno de dança de uma escola que faz o acompanhamento contínuo da aprendizagem pessoal e frequentar uma aula em academias que dão acesso a todos frequentadores a entrar nas aulas de dança ou aerobox, swing, etc.
    Outro fator importante é que escolas de dança dividem suas turmas por níveis de aprendizagem. Imagine entrar em uma sala na qual uma aluna faz aulas a quatro ou cinco anos e você nem sabe por onde vai começar? Então uma escola séria oferece o curso básico aos seus alunos e à medida que eles avançam são oferecidas turmas em níveis diferentes, aí nesse caso encontramos algumas diferenças entre as denominações, mas é certo que uma boa escola divide seus alunos por nível de aprendizagem, o que não quer dizer que tenhamos turmas totalmente niveladas com alunos tendo o mesmo desempenho, pois até nas escolas de ensino fundamental, médio e universidades encontramos classes onde alguns são muito rápidos para aprender e outros são mais lentos, isso não significa que uns sejam mais inteligentes que outros, mas têm mais facilidade para aquele aprendizado.
    Por causa dessa diferença na aprendizagem entre indivíduos, optei por não fazer avaliações ao final de períodos na minha escola. Os alunos são avaliados durante todo o processo, por isso as turmas são pequenas para podermos fazer um acompanhamento individualizado, embora trabalhando em grupos. À medida que os alunos avançam é indicado que frequentem turmas que lhes ofereça maiores desafios, então o aluno entra em básico I quando domina as técnicas desse nível é promovido para o básico II e assim sucessivamente, sem passar por avaliações pontuais, mas é observado e estimulado dia a dia pelo olhar do professor, sem pressão, notas ou avaliações, assim todos podem trabalhar respeitando seus corpos e seus limites.
    Uma questão mais difícil diz respeito à regularização da escola, mais aí fica para os mais exigentes, saber se a escola é regularizada, se possui CNPJ o que vai possibilitar emissão uma nota fiscal de prestação de serviços, caso você necessite, ou de um atestado, na nossa escola algumas alunas pedem isso, para comprovação da sua atividade de dança em escola, faculdades, etc. Além de a escola regularizada ter respeitado uma legislação para a sua abertura, o que pode se traduzir em fiscalização de órgão competente para que as portas sejam abertas aos alunos. Digo que esta questão é mais difícil porque alguns excelentes profissionais de dança oferecem suas aulas em espaços informais, onde essa exigência não poderá ser atendida.
    Podemos ainda pensar que é importante saber quais atividades relacionadas ao seu curso a escola oferecerá, alguns desejam muito aprender a dançar para fazer suas apresentações, a escola possibilita? Incentiva o aluno iniciante? Organiza momentos para essa concretização?
    Por outro lado, existem pessoas que pretendem estudar a dança com o objetivo de autoconhecimento, atividade corporal e até como uma forma de relaxar durante a atividade, nesse caso também é necessário procurar saber se o trabalho desenvolvido está voltado para atender a tais desejos, pois em uma escola que faça avaliações mais rigorosas de desempenho ao final do período não estará adequada a atender alunos com este perfil.
    Hoje encontramos ótimas (os) profissionais de dança do ventre que se dedicam com muita responsabilidade e dedicação ao seu ofício, sabendo ter critério na escolha com certeza irá encontrar. Bom início de jornada nesse maravilhoso universo de aprendizagem corporal e cultural!
Beth Soares

terça-feira, 5 de junho de 2012

Palavras que saltam de mim...


    O melhor dia da minha vida é esse, aqui e agora. Por mais que a minha mente reflita sobre alguma imperfeição, não importa, esse é o meu momento mais digno de atenção e de dedicação, o meu precioso agora.
    Tenho certeza de que sendo assim viverei plenamente e sem arrependimentos, pois terei feito sempre o melhor dentro dos meus próprios limites. 
Beth Soares





Quando a mente silencia a alma escuta


    A nossa capacidade de comunicação com os sentimentos das pessoas é muito maior do que nos damos conta.
    Constantemente ocupados com muitas tarefas, na maior parte do tempo mantemos a mente cheia de pensamentos, preocupações, lembranças, planos, sempre presentes, tornando nossa mente sobrecarregada. Os pensamentos bons e ruins estão sempre lá, tirando de nós a possibilidade de viver o presente de uma forma consciente. Por isso a nossa intuição fica limitada e obstruímos nossa capacidade de sentir com profundidade o que está em volta de nós.
    Recentemente vivi uma situação que vou relatar como exemplo.
    Em uma quarta-feira me preparei para começar meus trabalhos bem cedo, porém por estar disposta e colocar-me à disposição, consegui atrair atenção excessiva. Muitas pessoas me procuraram naquele dia. Novos alunos apareceram no Ateliê e todos eles queriam conversar comigo, tinha um contrato importante a fechar, resolvi questões da funcionária que estavam pendentes, saí para compra de equipamentos dirigindo nos intermináveis engarrafamentos, que hoje são a rotina em todos os centros urbanos, atendi muitas ligações, meu filho ficou doente e me pediu auxílio, o meu marido precisava que eu resolvesse sobre o seguro de um carro novo que havia comprado e ainda tinha toda a minha agenda de aulas a cumprir. Quando resolvi tomar um banho morno para relaxar o corpo e dormir, percebi o quanto a minha respiração estava curta e ofegante, embora eu tivesse tentado mantê-la o melhor possível durante aquele dia, que eu mesma deixei que se transformasse em uma maratona.
    Muitas pessoas que leram esse relato já devem ter pensado o quanto está parecido com sua vida, ou até que seus dias são bem mais ocupados. Mas esse relato não é realmente nada diferente daquilo que acontece no mundo atual. A cada dia somos exigidos a aprender mais e a realizar mais tarefas, de forma eficaz e organizada. Tornamo-nos verdadeiros robôs e coitados daqueles que não acompanham o ritmo acelerado. São simplesmente excluídos, considerados incompetentes e preguiçosos.
    Porém, naquela quarta-feira, apesar de todo dia cheio, me sentia feliz, pois aquele havia sido um dia muito próspero e apesar do meu filho mais velho ter estado doente, não era algo grave e ficaria bem. Então após fazer o meu relaxamento, dormi tranquila.
    Ao acordar, a mente outra vez começou com a inquietação. Ainda deitada comecei a planejar tarefas, pensando em tudo que poderia fazer. Eram cinco da manhã e eu havia dormido depois da meia noite, porém, outra vez, já estava com a mente dominando o meu dia que mal havia começado. Dei-me conta e falei para mim mesma, “tenho que respirar” e peguei dois livros, entre os que estudo paralelamente, hábito antigo de descansar da leitura de um livro com outro diferente. Imagino que você já deve ter feito isso, mas para que dois livros às cinco da manhã? Um já é mais que suficiente, pois precisamos ler com consciência caso contrário não refletimos sobre o que estamos lendo. Então, percebi que estava me deixando levar outra vez.
    Parei tudo, posicionei-me relaxadamente e meditei por alguns minutos focando na respiração. Para finalizar resolvi ler um pouco as palavras do iluminado mestre, Sua Santidade, o Dalai Lama. Novamente em frente à pilha de livros que deixo ao lado da cama, escolhi um com as suas palavras. Abri o livro, lá pelo meio, onde havia deixado um marcador uns dias antes e lá estava um pequeno texto que falava sobre a fala sem sentido, onde em breve texto eu li “O pensamento é a motivação do desejo de falar coisas despropositadas, por falta de vigilância.”. Mais uma vez ele me dizia o que eu mais precisava na hora correta, apesar daquelas palavras referirem-se à fala despropositada, fiz a reflexão sobre o excesso de pensamentos por falta de vigilância e meditei novamente. Senti-me pronta e adotei para aquele dia a vigilância como tema para mim.
    Havia dormido no Ateliê e resolvi ligar para o meu filho mais novo, que frequenta faculdade pela manhã usando o meu carro nesse horário, para dizer-lhe que pretendia sair pela manhã e que seria necessário nos reorganizarmos por causa do carro. Porém olhei o relógio e resolvi aguardar um pouco porque não estava no horário dele ainda, então o telefone tocou. Quando atendi Daniel me falou:
 - Oi mãe, vai sair hoje pela manhã?
Dei um largo sorriso e respondi:
- Filho, estamos em perfeita sintonia.
- É somos assim. Mas porque me disse isso?
- Porque acabei de pensar em te falar que quero sair pela manhã e acho que vou direto com você.
Ele riu e disse:
- Sempre é assim mãe quando estou na rua penso em te ligar para dizer que estou chegando e de repente, antes de eu conseguir pegar no telefone, você me liga!
Demos muita rizada e desligamos.
    É exatamente assim que funciona quando aquietamos a mente. Ficamos mais sensíveis, intuitivos, criativos também. O seu humano precisa resgatar a paz aquietando a sua mente, respirando mais, sentindo verdadeiramente o seu corpo repleto de sentidos maravilhosos. Todos que desejam viver com mais saúde, devem praticar a meditação, a respiração consciente e vigiar a mente.

Beth Soares